domingo, 19 de dezembro de 2010

O teatro onde tudo começou

O berço da dramaturgia clássica será restaurado na Grécia. As ruínas do Teatro de Dionísio, na Acrópole de Atenas, onde há mais de 2.500 anos foram apresentadas as primeiras tragédias de Eurípedes, Ésquilo e Sófocles, receberão investimentos para recuperar parcialmente suas instalações.


A obra de renovação, orçada em 6 milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões), deve durar seis anos. Segundo as autoridades gregas, o teatro estará pronto em 2015, com parte dos assentos reconstruída a partir de uma combinação de pedra original com materiais modernos. Não há, porém, intenção de encenar espetáculos no local - os últimos foram apresentados na década de 1970.


Utilizado pela primeira vez no século seis antes de cristo (VI a.C), o teatro consistia em um terraço de onde os espectadores avistavam um palco circular. Aí era realizada uma competição de peças, durante o festival anual dedicado a Dionísio, deus do vinho. Em quatro antes de cristo (IV a.C), dois séculos depois, o espaço foi remodelado e ampliado para receber até 15 mil pessoas.


por Graziella Beting
fonte : História ViVA ano VI nº 76


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Depoimento de uma espectadora.


Minha sensação ao assistir "As MedÉias da Periferia" (clique aqui para saber sobre a peça) foi a de vivenciar ali um momento vivo de transformação. Digo isso porque acompanho o trabalho do Dani Ciasca e vi essa história nascer. A transformação não está só nele como educador, envolvido, dedicado, mas naquele espaço, naqueles jovens e naquela comunidade.



Cheguei a Vila Albertina por volta de 9h da noite e perdida, perguntei a uma senhora, sentada na calçada: “A senhora sabe onde fica o número, 617? “ Ela me respondeu: O que você está procurando? Eu disse a ela, “ O Teatro de um gru...” Nem terminei de falar e ela me disse: é ali, naquela porta preta.

Esse é o primeiro sinal de mudança diante do desafio de levar aos territórios mais populares a arte do teatro, tornar-se conhecido e ser reconhecido pela comunidade que se quer transformar.

Ao assistir a peça, fui surpreendida por um misto de interpretação e música. Interpretações fortes, com muito sentimento, sem sentimentalismo, e com muita força na tradução de histórias vividas por aqueles personagens da vida real. Fui convidada pelos olhares, pelas palavras, pelas músicas, a rir, a chorar, a me surpreender, a me emocionar. Teatro vivo, vivíssimo!!! A arte de interpretar ali, naquele galpão, onde os carros passam na rua com seu funk em volume máximo, mas nada, absolutamente nada tira a atenção daquele palco.

Entrei agora no blog desse grupo e encontrei um texto do Vinicius, jovem que eu e o Dani vimos ainda menino começando a se interessar por comunicação. A sensação que tenho unindo as duas histórias é que trabalhar com essas pessoas é um caminho embasado no verbo compartilhar. E a transformação vem para eles e vem pra gente também! Que venham muitos momentos que possamos compartilhar, que venham muitas emoções para a Vila Albertina, trazidas pelas palavras e pelos olhares da Cia Daraus.
 
Fernanda Nobre é jornalista e coordenadora de comunicação da Fundação Tide Setúbal

Crítica de um outro morador sobre "As MedÉias da Periferia"

"Carta à jovens poetas"



por Vinicius Gonçalves

Acabei por adaptar o título do livro "Cartas à um Jovem Poeta" do poeta Rainer Maria Rilke, para sintetizar as sensações do Espetáculo "As Medéias da Periferia" (clique aqui para saber mais sobre a peça) , lindamente adaptada do original "Medéia", do grego Eurípedes, pela Cia Daraus Teatro, localizada no bairro Vila Albertina, periferia da zona norte de São Paulo.


Uma mistura profunda e intensa de música, cultura popular, e diversos outros componentes que enriquecem uma história, mas o que mais sobressai a peça adaptada pelos jovens é a verdade. Todo segmento artístico busca em essência traduzir sentimentos, situações que tenham algum recorte diferente e/ou peculiar da vida real ainda não percebido, e é justamente neste quesito que a peça ganha vida e essência, pois seleciona fragmentos da música (o espetáculo é regado de belas músicas de Chico Buarque como "A Gota D'Água", "Noite dos Mascarados", entre outras), elementos da cultura afro-brasileira, mas principalmente, consegue traduzir realidade para destilar o antagonismo de amor e ódio vivido pela protagonista Medéia, num contexto periférico.


Tomarei parte das palavras de Rilke no livro mencionado no início deste texto para tentar dar voz às coisas que eu como espectador, senti: "Aqui, onde há uma região poderosa em torno de mim, sobre a qual avançam os ventos vindos do mar, aqui sinto que nunca um homem poderá dar uma resposta às perguntas e aos sentimentos que têm vida no fundo do seu ser. Pois mesmo os melhores erram nas palavras quando elas devem significar o que há de mais leve e quase indizível." Em suma, foi difícil transmitir um olhar devido à peculiaridade de quem acompanha de perto o desenvolver deste trabalho.


Parabéns ao grupo, e que os frutos de Medéia façam da Vila Albertina um palco aberto aos seus moradores.


Vinicius Gonçalves é estudante de jornalismo, nasceu e sempre morou na Vila Albertina.


aproveite e clique aqui para ler a crítica do morador Carlos Ronchi à mesma peça
Clique aqui e leia o depoimento da jornalista Fernanda Nobre sobre a peça "As MedÉias da Periferia".

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Gal Costa

Essa vai pra Pri Bertucci, integrante da Cia Daraus Teatro e fã de Gal Costa.
Os Doces Bábararos - o seu amor

sábado, 27 de novembro de 2010

Crítica de um morador sobre "As MedÉias da Periferia"

Escreva também a sua crítica sobre nossa peça. Ela será publicada no nosso blog, sem censura, desde que não ofenda pessoalmente a ninguém, é claro.




Observação critica de um critico sem critica



Sempre existiu uma necessidade dentro da Vila Albertina de um espaço teatral, pois bem, a Cia Daraus veio para suprir esta necessidade.


Em uma rua movimentada da Vila, em mais uma garagem como muitas daquele local, ali esta a Daraus. Já comentei com pessoas moradoras do local, “fãs de teatro” (as mesmas que tem que ir até o centro de São Paulo para assistir a uma peça) que havia um teatro dentro da Vila, o que eles me disseram? “Ah, abriram um teatrinho ali, mas nem sei no que vai dar”. Pois bem, fui lá eu assistir a peça, sozinho, pois os mesmos “fãs de teatro” não quiseram ir.


"As MedÉias da Periferia", por ser uma tragédia, não é daquelas peças que você senta e fica relaxado, só observando e se deleitando com suas gargalhadas solitárias; você fica desconfortado, inquieto, uma agonia desse a garganta, mas é uma agonia gostosa, algo que te faz sofrer, mas ao final faz você aplaudir de pé e pedir bis. Há duas parte extremamente agonizantes na peça, o canto de Medeia (canta Gota d’água) e a história do pai, que enquanto estava bêbado, matou seu filho a pauladas.


Não quero que leiam este texto como uma critica, pois apenas mostrei o que senti o que pensei porem, não é possível escrever tudo que se sente. Para todos que gostam de ler uma boa critica: como se pode criticar uma obra de arte como essa?
 
Carlos Ronchi é morador da Vila Albertina e integrante do grupo Teatro Silva.


Leia também a crítica de Vinicius Gonçalves (clique aqui)
Clique aqui e leia o depoimento da jornalista Fernanda Nobre sobre a peça "As MedÉias da Periferia".

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Teatro no Ceu Jaçanã



CEU Jaçanã - Rua Antonio César Neto, n° 105 - Jaçanã
Dias 06/11, 13/11, 20/11, 11/12 as 18h e dias 26/11 e 02/12 as 20:30h

sábado, 6 de novembro de 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

As MedÉias da Periferia

clique aqui e leia a crítica feita por um morador da Vila.
ou clique aqui para ler a crítica (a 2ª) feita por outro morador.
Clique aqui e leia o depoimento da jornalista Fernanda Nobre.

Chegou ao fim a temporada do  espetáculo: As MedÉias da Periferia, mas em fevereiro de 2011 estaremos de volta.




Inspirados na tragédia grega Medéia, de Eurípedes, a companhia faz uma releitura da obra contextualizando no universo das favelas da Zona Norte de São Paulo, local da sede da Cia. O espetáculo atualiza o mito de medéia colocando as questões na gente pobre do Brasil que luta a cada dia para sobreviver.


Foram 06 meses de trabalho intenso de pesquisa onde o elenco foi instigado a encontrar paralelos entre o texto clássico e o cotidiano vivido por eles nas favelas da Zona Norte de São Paulo.


Medéia, a mãe, é abandonada por seu marido José, ex-jogador de futebol e viciado em drogas que resolve se casar com Glaucia, a filha do principal traficante do morro, Mencão.



A tragédia individual da protagonista torna-se coletiva e resulta de uma situação social onde sobreviver é a ordem. Neste contexto de fome e miséria, que vontades tem essa mulher de sobreviver uma vez que perde junto com o marido o único momento em que a realidade é esquecida, o leito conjugal?


Diante da dificuldade de viver a tragédia social cotidiana sem o marido, Medéia deixa-se agir pelo ciúmes e resolve vingar o seu sofrimento individual na favela onde vive.
E é este local, desmembrado em outros personagens que traz o coro grego presente também nesta releitura. O tempo todo o espetáculo dialoga com a estrutura clássica, sem deixar de trazê-la para a atualidade.


Serviço: TEMPORADA ENCERRADA
As MedÉias da Periferia
com a Cia Daraus Teatro
Local: rua Bernardo Fonseca Lobo, 617 (clique aqui e veja como chegar)
Você escolhe quanto quer pagar (mínimo R$2,50).
Sexta-feira - 21h - Curta temporada até 10/12
25 lugares - compre ingressos antecipados
ciadaraus@yahoo.com.br



O grupo

Após 10 anos de trabalho com jovens universitários, a Cia Daraus fixa sede na periferia de São Paulo, Zona Norte.



Retratar, a partir de textos da dramaturgia universal, a realidade vivida pelos moradores das favelas de SP é o principal objetivo da nova Cia Daraus que em 2009 monta uma releitura do clássico A mandrágora de Maquiavel e em 2010 uma nova releitura de Medéia, de Euripedes.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cia Daraus: como chegar

Centro de Cultura e Formação Cia Daraus
Rua Bernardo Fonseca Lobo, 617 - Vila Albertina
Zona Norte - SP

(clique na imagem e veja onde estamos)


Como chegar

de ônibus - do metrô Tucuruvi  - 1720-10 Cantareira / Jd Guançã
                                                   pedir para descer no ponto do supermercado Bonfim e caminhar até o número 617 - aprox 20 min

                   do metrô Parada Inglesa - 1016-10 - Cemitério Do Horto / Center Norte
                                                    pedir para descer no ponto depois da Pedra e caminhar até o      número 617 - aprox 20 min

                  do metrô Santana - 1786 - Vila Albertina / Santana
                                                     pedir para descer no ponto do supermercado Bonfim e caminhar até o  número 617 - aprox 30 min

De carro, clique aqui para ver no mapa.
Venha pela Avenida Nova Cantareira -

Exibir mapa ampliado





                                                 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mostra de teatro de rua na ZN


Compareça, prestigie, a melhoria da área cultural da Zona Norte só depende de você.

(clique na imagem para ampliar)
Núcleo Pavanelli - clique aqui

Clique no mapa e veja como chegar

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Medeia: Eugene Delacroix

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Festival Internacional de Teatro A. Tchékhov de Moscou

Espaço Tchekhov 2010

A Funarte ( www.funarte.gov.br ) em parceria com o Festival Internacional de Teatro A. Tchékhov de Moscou inaugura ocupação de dois meses no seu Complexo Cultural em São Paulo com espetáculos, exposição, workshops e debates dedicados ao 150º aniversário do nascimento do autor russo, celebrado em todo o mundo neste ano de 2010.
 



Espaço Tchekhov 2010 - (clique aqui na página oficial)
De 17 de setembro a 10 de novembro de 2010
Complexo Cultural da Funarte – Alameda Nothmann, 1058 – Barra Funda
Próximo as estações Marechal Deodoro e Santa Cecília do metro
Diariamente aberto para visitação das 14h às 20h horas
Informações: Telefone 011 382256 -71 ou -69 ou -77
Entrada gratuita

Espaço Tchekhov 2010 é um lugar situado no cruzamento entre o teatro, suas coxias e camarins, cenários e gabinetes de pesquisa e trabalho. Uma mixagem da história e dos enredos possíveis com a obra de Anton Tchekhov, importante dramaturgo e escritor russo. A Fundação Nacional de Artes (Funarte) realiza este evento multidisciplinar em parceria com o Festival Internacional de Teatro Anton Tchekhov de Moscou, como mais um passo na aproximação cultural do Brasil e da Rússia.

Espaço Tchekhov 2010 acontece de 17 de setembro a 10 de novembro no Complexo Cultural da Funarte em São Paulo, na Alameda Nothmann (incluindo uma ocupação do Teatro de Arena Eugenio Kusnet) em um projeto composto por várias experiências ligadas à obra teatral e literária do autor Anton P. Tchekhov (1860-1904), mixando imagens da vida e da obra do autor, na Rússia e no Brasil, criando um lugar situado entre o real e a ficção.

Conversas com arte-educador com Ingrid Dormien Koudela

(clique na imagem para apliá-la)
Conversas com arte-educador
com Ingrid Dormien Koudela
No dia 25 de setembro, o Centro Universitário Maria Antonia da USP apresenta uma palestra com Ingrid Dormien Koudela, dando continuidade às tradicionais Conversas com arte-educador, que ocorrem aos sábados, às 17h30.

Nas palestras desta série, arte-educadores de diversas formações são convidados a apresentarem relatos sobre seu percurso profissional e suas pesquisas, abrindo um debate sobre a prática da arte-educação e fornecendo subsídios para projetos na área. O ciclo já contou com a participação de Paulo Portella, Heloísa Ferraz, Ivone Richter e Regina Machado, Ana Mae Barbosa, entre outros.

Ingrid Dormien Koudela é professora do Depto. de Arte Cênicas da ECA-USP e uma das coordenadoras da ABRACE - Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas. É autora de Texto e jogo (Perspectiva, 1999), Jogos teatrais (Perspectiva, 2006) e Brecht: um jogo de aprendizagem (Perspectiva, 2007), entre outros, além de tradutora da obra de Viola Spolin, como Jogos teatrais na sala de aula (Perspectiva, 2007) e Improvisação para o teatro (Perspectiva, 1998).

Conversas com arte-educador
com Ingrid Dormien Koudela
25 de setembro
sábado, às 17h30
entrada gratuita (retirar senhas 30 minutos antes)

local
centro universitário maria antonia
3° andar · salão nobre
informações
3255-7182 r.46 – educama@usp.br

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Promoção nessa sexta

Não perca a promoção desta sexta de Ensaios sobre MedÉia.
Clique aqui e saiba que promoção é esta!

Sesc TV - teatro e circunstância

Recomendamos um programa de Tv para todos meus amigos que eu sei que gostam de teatro.
Hoje, terça à noite, no SESC TV tem o programa:
Teatro e circunstância - Pulsações periféricas
As experiências vividas por grupos que se programaram para fazer teatro na periferia.
Canal 3 da sky e 137 da net - 22h

Um episódio sobre a experiência de quatro grupos que representam diferentes tendências e ideologias nas periferias: Grupo de Teatro Pombas Urbanas, sediado na Cidade Tiradentes o Engenho Teatral, sediado na Vila Carrão o Grupo Buraco do Oráculo, sediado em Cangaíba e a Brava Companhia sediada na Zona Sul, no Parque Santo Antônio. O objetivo do documentário é mostrar como operam os grupos e como é recebido o produto estético nas comunidades envolvidas.

As temporadas temáticas de Teatro e Circunstância abordam o teatro contemporâneo através de diferentes aspectos. Na série, fique por dentro das tendências na arte cênica e conheça os meios de produção que possibilitam o uso de espaços diversos, além do palco. Com direção de Amilcar Claro e roteiro de Sebastião Milaré.

reprises deste programa
15/09/2010 : 02h00 : quarta-feira
15/09/2010 : 16h00 : quarta-feira
16/09/2010 : 10h00 : quinta-feira
18/09/2010 : 18h00 : sábado
19/09/2010 : 02h00 : domingo
19/09/2010 : 15h00 : domingo

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

No Mirada 2010, Lote 77.

Una obra interesante que yo vi en el primer Festival Ibero Americano de Artes Cênicas de Santos, Mirada 2010 (www.sescsp.org.br/mirada ) fue Lote 77 (http://www.lote77web.blogspot.com/), de Argentina.



El director y dramaturgo Marcelo Mininno hace un juego con dos distintas situaciones: el camino del abate del novillo y las dudas y inseguridades de los hombres en la vida adulta.


Fue rica la forma del espectáculo, como los pibes hacían el juego teatral y como nosotros, el publico, nos poníamos atentos con todos los gestuales y las palabras.


Eso si es una revolución na forma del teatro argentino.



Dani Ciasca - 09/09/2010


Uma peça interessante que eu vi no primeiro Festival Ibero Americano de Artes Cênicas de Santos, Mirada 2010 (www.sescsp.org.br/mirada ) foi Lote 77 (http://www.lote77web.blogspot.com/), da Argentina.


O diretor e dramaturgo Marcelo Mininno faz um jogo com duas situações distintas: O caminho para o abate do boi e as dúvidas e inseguranças do homem adulto.


Foi de um vigor inimaginável a forma como o espetáculo foi construído e como os atores realizam o jogo teatral e, juntos com o público, deixa a todos atentos com seus gestos e suas palavras.


Isso sim é uma revolução na forma do teatro argentino.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Daniel Veronsese no Mirada 2010, Santos

Para ler em português, basta descer a postagem até o meio dela.

Hay que ser honesto cuando se publica algo.



A mi me parece un poco confuso la teoría escrita en el material de divulgación das obras de Daniel Veronese en lo primer Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, Mirada 2010 (www.sescsp.org.br/mirada ) y la práctica.


Por que pocas veces en mi vida vi un teatro tan “careta”, tan obvio, como lo que vi en las obras: “El desarrollo de la civilización venidera” y “Todos los grandes gobiernos han evitado en teatro íntimo”.


Son dos dramas realistas, con sus paredes, sillón, mesa, copas de vinos, etc... En verdad que no son malas obras. Los actores y actrices son buenos, la dramaturgia buena y, además, la lengua castellana “argentina” que encantá a mi, pero donde está “el sinónimo del teatro argentino de los mas inquietos y abusados en la forma y tema” como está en el libreto del festival?


Aí está el problema:


Si a ti te gusta los dramas realistas en sus formas tradicionales que se vaya a ver Daniel Veronese (http://www.autores.org.ar/dveronese/ ) . Pero no me venga decir que son obras que cambian el panorama teatral, por favor!

Dani Ciasca - 07/09/2010

Vídeo: El desarrollo de la civilización venidera


Devemos ser honestos quando publicamos algo.


Não é o que parece acontecer quando assisto as peças de Daniel Veronese no primeiro Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, Mirada 2010 (www.sescsp.org.br/mirada )  e o que leio nos textos de divulgação das peças.


Poucas vezes na minha vida assisti a um teatro tão careta, tão óbvio como o que vi nas peças: “El desarrollo de la civilización venidera” e “Todos los grandes gobiernos han evitado en teatro íntimo”.


São dramas realistas, com suas paredes e portas cênicas, sofá, mesa, taças de vinho, etc... É verdade que não são peças ruins. O elenco é bom, a dramaturgia bem amarrada e, além disso, o castelhano argentino que gosto tanto. Porém, onde está o “sinônimo de teatro argentino dos mais inquietos e ousados em termos formais e temáticos” descrito na divulgação?


E é este o real problema:


Você gosta de dramas realistas tradicionais? Então veja as peças de Daniel Veronese (http://www.autores.org.ar/dveronese/) . Só não me venha dizer que isto é ousado e inquieto em termos formais porque aí vou chegar a conclusão que vai muito mal o panorama do teatro argentino.

As atrizes falam das duas peças

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vida, no Mirada 2010.

Para ler em Portugués vá para depois do vídeo na mesma postagem.

Ayer estuve en otras dos obras del Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos – Mirada 2010( http://www.sescsp.org.br/mirada/) .


Sobre la argentina (El desarrollo de la civilización venidera) no voy hablar porque hoy veo otra del mismo grupo y mañana hablo de las dos juntas.


Pero con mucho honor cuento acá de Vida, obra teatral de la “Companhia Brasileira de Teatro” (clique acá e vea el sítio oficial) . Es la primer vez que miró un texto y una representación del teatro del absurdo brasileño. El director Marcio Abreu y sus otras dos guionistas Giovana Soar y Nadja Naira (actrices de Vida) traen los versos del poeta Paulo Leminski y crean una atmósfera de dudas, angustias y problemas donde lo importante no son las respuestas, sino las preguntas.


Son 2 horas de puro juego teatral llevándonos y trayéndonos a realidad y que nos hacen pensar sobre la vida que vivimos y cuales son “los 15 minutos de mi vida que cambiaran todo el resto de mi vida”, o sea, las decisiones que tomamos y que nos hacen ser lo que somos.


Aun mas, los actores y las actrices son espetaculares uniendo la tecnica, la precision de los gestuales con tudo lo que se dice ensena.

Dani Ciasca - 06/09/2010

Matéria de Vida no Metrópolis


Ontem estive em duas outras peças do Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos – Mirada 2010( http://www.sescsp.org.br/mirada/ ) .



Sobre a peça argentina (El desarrollo de la civilización venidera) deixo para falar amanhã depois de ter visto a outra peça do mesmo grupo/diretor.


Porém, é com muita honra que posto hoje sobre Vida, da “Companhia Brasileira de Teatro”  (clique aqui e veja a página oficial) . É a primeira vez que vejo um texto e uma encenação do teatro do absurdo brasileiro. O diretor Marcio Abreu e suas outras dramaturgas Giovana Soar e Nadja Naira (também atrizes da peça) trazem os versos do poeta Paulo Leminski e criam uma atmosfera de dúvidas, angústias e problemas onde o importante não são as respostas, mas as perguntas.


São duas horas de puro jogo teatral ora nos levando, ora nos trazendo à realidade e que nos fazem pensar sobre a vida que vivemos e quais são os “15 minutos da minha vida que mudaram o resto da minha vida”, ou seja, quais as decisões que tomamos e que nos fizeram ser o que somos hoje.


Além disso, o elenco é espetacular! Conseguem unir a técnica, a precisão e o sentido do que se diz em cena.
Leia Vida de Cão e outras Vidas, de Paulo Leminski e que está na peça.

Nas noites de frio, os cachorros latem. Latem porque a noite dói no coração do mundo. Latem para esquentar o nariz. Latem porque quem late seus males espanta. Latem em grego, em cachorrês, em latim. Latem porque a lua, alguém tem que fazer alguma coisa com a lua, aquela coisa imensa, redonda, aquela coisa branca enorme donde vem todo o frio que faz a madeira das casas estalar, malassombradas. Então os cachorros latem mais.



E, depois, latir, comer e coçar, é só começar. Você começa a latir por algum motivo. Depois, não precisa mais motivo. E você late, late, late, até ficar rouco. Há casos de cachorros que enlouque-ceram de tanto latir. Latir tem começo, mas não tem fim. Há casos de cachorros ótimos que latiram tanto, tanto, mas tanto, até sair sangue da garganta, latiram a noite inteira até a última gota de sangue, latiram até morrer como cantam as cigarras. Nada como um cachorro latindo para acordar todos os cachorros da vizinhança, do bairro, da cidade, os latidos em ondas se espraiando de bairro para bairro, os últimos latidos indo morrer lá nos confins da aurora em Colombo, São José dos Pinhais ou Santa Felicidade. Latir é de graça, como o ar agudo que se respira nas noites de inverno, como a lua que se veste da nuvem que bem entende, como falar sozinho.



Latir não dá lucro. Ninguém late para anunciar, cachorro alto, moreno, bonito e sensual procura cadela idem para fazer uma noite de amor e uma ninhada de cachorrinhos. Ninguém late para fechar negócios, procura-se um osso com bastante carne, oferece-se uma lambida para quem fornecer uma pista. Late-se porque não há outro jeito. Latindo ou não latindo esta será sempre uma vida de cachorro. Pelo sim, pelo não, melhor latir. Quem late, não tem intenções artísticas. Não se late como quem canta. Um cachorro que latisse como quem entoa a ária “Vita di Cane” da ópera “‘Totó” seria imediatamente vaiado por latidos de oito bairros. Cachorros latem todos iguais. Tão igual que nem se pode dizer, a rigor, que este ou aquele cachorro late. A noite late. Late-se e pronto. Um latido na noite é uma coisa universal, genérica, abstrata como um teorema, au mais au igual a au-au.



Late-se a noite inteira porque, de dia, só se late para defender o osso de cada dia, late-se contra, late-se para criar distâncias, late-se contra o carteiro, contra a visita, contra o rival no amor da cadela ou na fome da paixão pela carne. Late-se para defender a casa, essa extensão natural da lata de lixo. Ao anoitecer, estamos exaustos de tanto latir, latir em vários idiomas, em raiva, em ódio, em fome, em medo. Então, dormimos. E sonhamos. Com uma linda cadela de rabo abanando, e as partes trescalando aromas como um fim de churrascada? Nada disso. Sonhamos que estamos latindo. Latindo de graça. Latindo pra nada. Latindo pela paixão ancestral de latir. Latir nas florestas primordiais, úmidas de ecos, olhos e grandes batalhas noturnas entre todas as ferocidades. Latir pelo prazer de estilhaçar o silêncio em mil caquinhos de latidos, nas planícies geladas açoitadas pelo vento, as planícies distantes, perdidas na memória obscura de todos os cachorros.



E, nesse sonho, latimos tanto que acordamos, a lua já alta, a noite fria, o nariz ardente, azul como as estrelas mais doloridas. Chegou a hora. É sexta-feira 13, agosto, mês de cachorro louco, noite perfeita para latir, latir loucamente, latir como antigamente, como quando a gente vagava em bando pelas florestas, farejando carne, carne viva, sangue pulsando nos buracos das delícias, latir com a boca escorrendo sangue doce, latir dizendo sim, sim, é assim, e assim é bom. É por isso que os cachorros latem. Afinal, os cachorros latem por qualquer coisa. E os latidos penetram no sonho das crianças que sonham que os cachorros estão atacando, a casa está cercada de cachorros, muitos cachorros em volta da cama. E as crianças choram no meio da noite, e acordam os cachorros. Um cachorro, quando acorda, a primeira coisa que faz é latir. Latir para limpar a garganta. Latir para dizer, “Jesus Cristo, eu estou aqui”. Latir é a coisa mais simples do mundo. É só abrir a boca, e deixar o coração falar, e lá estão os corações latindo tudo o que um cachorro sente.



Desde a época do lobo, as melhores inteligências caninas têm se dedicado a investigar por que os cachorros latem na madrugada. É sobre isso que muitos cachorros estão pensando quando sentam nas patas de trás, ou se deitam ao sol para pegar um calorzinho. Sobretudo, é o último tema de meditação dos cachorros velhos, quando sentem a morte se aproximando, pé ante pé como um gato.



Mas apesar desses esforços de incontáveis gerações de cachorros, nenhum buldogue, pastor alemão, dobermann, pequinês, dálmata, poodle ou vira-lata, conseguiu ir além do óbvio, que a gente é cachorro mas não é burro, e o óbvio, sempre, é o lugar mais quentinho, mais abrigado da chuva e do vento.



Os cachorros latem porque um outro cachorro latiu.



Texto do Livro "Gozo Fabuloso", de Paulo Leminski, p. 87

sábado, 4 de setembro de 2010

Urtain no Mirada, Santos.

Para ler em Português é só descer a página.

Ya ha empezado el primer Festival Ibero Americano de Artes Cênicas de Santos – Mirada (www.sescsp.org.br/mirada) , producido por el Sesc Santos.



Hoy estuve en Sesc a ver Urtain, una obra de España.


La compañía de Teatro Anilamario (clique aqui e veja a página oficial) trae la historia del boxeador que se suicidó 4 días antes de los juegos olímpicos de Barcelona, 1992.


Una de las gran cosas de un festival es la posibilidad de mirar como otras culturas producen sus obras teatrales y, confesó, la estructura narrativa de Urtain fue para mi una surpresa.


El diretor Andrés Lima cuenta la história al revés, o sea, el parte la biografiá del boxeador en 12 rounds y la cuenta empezando por el 12°.

Vea ensenas



Bueno, hay que decir que Urtain no es la obra que me puso encantado con el tema o con la forma, pero ademas de la lengua que me he traído recuerdos de mi ultimo viajen, es muy bueno, buenísimo ter en la ciudad donde vivo un festival de tan bellísima propuesta.


Dani Ciasca – 04/09/2010

Começou o primeiro Festival Ibero Americano de Artes Cênicas de Santos – Mirada (www.sescsp.org.br/mirada) , produzido pelo Sesc Santos.


O verdadeiro Urtain com Franco
Hoje estive no próprio Sesc para ver Urtain, uma peça espanhola.


A CIA de Teatro Animalario (clique aqui e veja a página oficial) traz a história do boxeador que se suicidou 4 dias antes dos jogos olímpicos de Barcelona, 1992.


Uma das coisas boas de um festival é a possibilidade de assistir como outras culturas produzem seus teatros e, confesso, a estrutura narrativa de Urtain foi uma surpresa para mim.


O diretor Andres Lima conta a história ao contrário. Ele divide a história de Urtain em 12 rounds, mas começa pelo 12°.


Bom, é verdade que Urtain não é uma peça que me arrebatou e me deixou facinado, nem pelo tema, nem por sua forma, mas além de ouvir os epsanhóis falando e me lembrar da minha última viagem a espanha, é muito bom mesmo ter na cidade onde moro um festival de tão bela proposta.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Últimas apresentações de Ensaios sobre MedÉia

Caminhamos para as últimas apresentações de "Ensaios sobre MedÉia" e o resultado tem sido bem interessante.
Primeiro porque temos mantido um público interessado em acompanhar o desenvolvimento da nova peça.
Segundo porque mudamos o perfil do público. Ao contrário do que acontecia em "A mandrágora", as crianças são minoria. Talvez pelo novo horário, mas também pela densidade do que se apresenta.
E, por fim, o impacto que as cenas têem causado nos dá a esperança de que estamos construindo um belíssimo espetáculo.
Já foi ver os "Ensaios sobre MedÉia"?
Então não perca tempo!

"Ensaios sobre MedÉia"
Rua Bernardo Fonseca Lobo, 617
perto da pedra, antigo ponto final do 86.
Toda sexta-feira, às 21h.
Ingressos: R$ 2,00  (estudantes, terceira idade e moradores da Zona Norte de SP)


Como chegar:
(clique na imagem e veja onde estamos)